Neste grupo encontram-se os vinhos brancos mais ricos e densos, de menor acidez e muitas vezes amadurecidos em barris de carvalho.
O estágio em barris confere aos vinhos brancos encorpados aromas e sabores muito particulares, onde, coco, baunilha, manteiga e mel podem ser percebidos no olfato e, no paladar, sentimos uma deliciosa textura cremosa e amanteigada.
Outra característica muito apreciada neste tipo de vinho é a sua maior capacidade de envelhecimento em garrafa, com alguns grandes brancos podendo ser guardados por 10 ou mais anos.
Uvas que originam vinhos brancos encorpados
Inúmeras uvas da espécie Vitis Vinifera são utilizadas na produção dos vinhos brancos encorpados.
Destaco aqui algumas uvas e vinhos que, talvez, sejam os mais conhecidos entre os apreciadores da bebida:
- Chardonnay
- Marsanne
- Roussanne
- Sémillon
Encorpados e famosos
Já ouviu falar em Châteauneuf-du-Pape, Chardonnay da Borgonha ou dos Brancos da Rioja?
Châteauneuf-du-Pape
Os raros brancos produzidos na apelação francesa Châteauneuf-du-Pape (somente 5% de toda a produção da região) são vinhos de grande prestígio e valores elevados. Bourboulenc, Clairette, Grenache Blanc e Roussanne são algumas das uvas brancas cultivadas de forma orgânica e biodinâmica que elaboram estes brancos franceses tão singulares.
Chardonnay da Borgonha
A rainha das uvas brancas pode ser encontrada em vinhedos por todo o mundo mas, talvez, seja na região vinícola francesa da Borgonha que a cepa se destaca. Além dos leves e delicados brancos de Chablis, outros grandes brancos com uva são encontrados em diferentes apelações, com destaque para Côte de Beaune.
Brancos da Rioja
O amadurecimento dos vinhos em madeira e o envelhecimento em garrafa é quase que uma obrigação nos vinhos de Rioja, na Espanha. As brancas Garnacha Branca, Macabeo (Viura) e Malvasia Riojana originam grandes brancos encorpados de rótulos Reserva e Gran Reserva.
Harmonização
É importante saber que os brancos encorpados podem sobrepor o sabor de pratos mais leves e delicados.
Desta forma, tente combiná-los com aves e peixes de sabores intensos e pratos que levam molhos untuosos à base de manteiga, creme de leite ou queijo.
Queijos diversos
Duros como Emmental e Gruyère podem fazer uma boa combinação com os brancos encorpados com estágio em carvalho, assim como alguns semimoles, como Gouda e Saint-Paulin.
Leia o guia definitivo sobre harmonização de queijos e vinhos.
Massas
Tudo vai depender do molho. Opte pelos mais encorpados e untuosos à base de creme de leite e queijos.
Carnes Brancas
Leve em consideração a estrutura da carne, a forma como foi cozinhada e o peso do molho. Carnes de aves com sabores mais intensos ou suínas podem combinar melhor.
Pizzas
A textura do frango com a untuosidade do catupiry farão um bom par com os brancos encorpados.
Peixes e frutos do mar
Dê preferência aqueles de sabores mais intensos como bacalhau, camarão, lagostas e vieiras.
Ordem de serviço e temperatura
Quando temos diversos estilos de vinhos a serem servidos, é importante oferecê-los sempre na ordem correta de serviço, para que as características do vinho anterior nunca se sobressaia ao próximo.
A sequência mais simples seria:
- Espumantes/Frisantes > Brancos > Rosés> Tintos > Fortificados ou Sobremesa.
Se diferentes estilos de brancos estiverem a disposição, tente a seguinte sequência:
- Leves e Refrescantes > Aromáticos > Encorpados.
Além da ordem de serviço, para aproveitar todo o frescor dos vinhos brancos, é muito importante servi-los na temperatura correta.
De maneira geral, podemos servi-los em temperaturas que variam entre 8 e 12ºC, mas para sermos mais específicos, podemos dividir a temperatura de acordo com os tipos de vinhos brancos:
Brancos leves e refrescante e brancos aromáticos | 8 a 10ºC |
Brancos encorpados | 10 a 12ºC |
Brancos de maior idade | 12 a 14ºC |
Taças adequadas
É recomendado utilizar taças que tenham o bojo menor que a dos vinhos tintos, por 2 motivos básicos:
- Como o vinho branco deve ser consumido mais fresco, taças menores concentram o frescor e reduzem a troca de calor entre o recipiente e o ambiente.
- Concentram os aromas florais e frutados e, como a abertura da taça é mais estreita, entregam estes aromas diretamente em nosso nariz.
Desta forma, 2 tipos de taças são recomendadas para servir vinhos brancos:
A primeira taça, maior e mais estreita, é recomendada para os brancos leves e refrescantes e também os brancos aromáticos.
Já a segunda, conhecida como Taça Montrachet, menor e de bojo mais largo, é recomendada para os brancos encorpados de textura mais cremosa.
Por quanto tempo guardar
A maioria dos brancos são feitos para serem consumidos jovens, isto é, entre o 1º e o 3º ano de produção, para que seu frescor seja aproveitado ao máximo.
Entretanto, alguns brancos encorpados possuem maior capacidade de envelhecimento em garrafas.
Grandes brancos de Bordeaux e Borgonha na França, por exemplo, podem sobreviver facilmente por mais de 10 anos. Assim como alguns Rieslings, Sémillons, Chenins Blanc, Chardonnays, tanto do velho quanto do novo mundo, também podem resistir muito bem ao tempo.
Se a sua intenção é guardar o vinho por longos anos, antes, verifique se o mesmo suporta esta longa guarda.
Conclusão
Estes vinhos são, de maneira geral, mais pesados e menos ácidos, transmitindo um pouco menos de frescor se comparados aos brancos leves.
O amadurecimento em carvalho lhes conferem aromas e sabores mais complexos, uma textura amanteigada e untuosa, além de um maior potencial de envelhecimento em garrafa.
Estas características fazem com que os brancos encorpados sejam ótimos companheiros de pratos de sabores intensos e aqueles que acompanham molhos untuosos.
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