Estilos de vinho: Os 6 fatores essenciais que você precisa conhecer

Última atualização: 27/09/2025.

Cada um dos três tipos de vinho existentes — tranquilos, espumantes e fortificados — pode ser produzido em diferentes estilos. Isso significa que existem, por exemplo, diversos estilos de vinhos tintos, assim como há uma variedade de estilos entre os espumantes e os fortificados.

Mas afinal, o que define o estilo de um vinho?

De forma geral, podemos dizer que ele é determinado por seis fatores principais: cor, doçura, acidez, taninos, álcool e corpo. Entender cada um deles é fundamental para interpretar um rótulo e fazer escolhas mais conscientes.


1) Cor

A cor de um vinho recém produzido pode variar significativamente, dependendo principalmente do tempo em que o vinho permanece em contato com as cascas das uvas. As cascas das uvas, especialmente as tintas, contêm antocianinas, que são pigmentos que conferem cor a diversas frutas, folhas e flores, além de protegê-las dos raios ultravioletas.

Entretanto, não é apenas o contato com as cascas das uvas que determina a cor do vinho; a variedade de uva utilizada também desempenha um papel crucial.

Por exemplo, um vinho tinto produzido com a uva Pinot Noir tende a apresentar uma coloração mais clara e sutil. Em contraste, um vinho feito com a Cabernet Sauvignon geralmente exibe uma coloração muito mais intensa e profunda.

Também vale lembrar que a coloração do vinho pode mudar com o tempo. Os tintos costumam perder cor com o passar dos anos, enquanto os brancos ficam mais escuros e intensos.


2) Doçura

O nível de doçura é determinado pela quantidade de açúcar residual que permanece no vinho após a fermentação. Durante esse processo, as leveduras consomem o açúcar natural do suco da uva e o transformam em álcool. Quando todo o açúcar é consumido, o resultado é um vinho seco. Mas, se parte do açúcar permanece, o vinho pode ser meio-seco ou doce.

Vejamos a seguir a classificação de vinhos brasileiros com base na concentração de açúcares residuais:

Vinho seco

Tranquilo → até 4 g/L de açúcar residual.
Espumante Nature → até 3 g/L de açúcar residual.
Espumante Extra Brut → de 3 a 8 g/L de açúcar residual.
Espumante Brut → de 8 a 15 g/L de açúcar residual.

Vinho meio-seco

Tranquilo → de 4,1 a 25 g/L de açúcar residual.
Espumante Sec → de 15 a 20 g/L de açúcar residual.
Espumante Demi-Sec → de 20 a 60 g/L de açúcar residual.

Vinho doce

Esses vinhos costumam ser elaborados com uvas passificadas, ou seja, uvas colhidas após o ponto ideal de maturação, que acabam ficando mais doces e concentradas. É o caso dos vinhos conhecidos como Colheita Tardia ou Late Harvest.

Tranquilo → de 25,1 a 80 g/L de açúcar residual.
Espumante Doce → mais de 60 g/L de açúcar residual.


3) Acidez

A acidez está naturalmente presente na polpa da uva e é facilmente percebida pela sensação de salivação na boca. Ela confere frescor e vivacidade ao vinho, além de ser um dos elementos mais importantes para seu potencial de envelhecimento.

  • Vinhos com baixa acidez → são chamados de flácidos.
  • Vinhos com acidez excessiva → são considerados azedos.

A acidez depende principalmente do grau de maturação da uva. Em regiões vinícolas de clima frio, as uvas demoram mais a amadurecer e, por isso, mantêm níveis altos de acidez. Esse perfil é perfeito para vinhos espumantes, brancos e rosés, que ganham bastante frescor.


4) Taninos

Os taninos são compostos naturais presentes nas cascas, sementes e engaços das uvas. São eles os responsáveis pela sensação de secura ou adstringência que sentimos na boca, especialmente em vinhos tintos.

Além da uva, os taninos também podem vir do amadurecimento em barricas de carvalho, que acrescentam estrutura e complexidade à bebida.

Assim como a acidez, os taninos têm papel importante no potencial de guarda de um vinho. Quanto mais taninos e acidez ele apresentar, maiores as chances de evoluir bem com o tempo.


5) Álcool

O álcool é o resultado da fermentação do açúcar natural da uva. Ele é responsável pela sensação de calor na boca, na garganta e até no corpo. Quanto mais açúcar a uva acumula durante a maturação, maior será o teor alcoólico do vinho.

  • Regiões vinícolas de clima quente → favorecem o amadurecimento completo das uvas, produzindo vinhos mais alcoólicos.
  • Regiões vinícolas de clima frio → dificultam o amadurecimento das uvas, gerando vinhos com graduação alcoólica mais baixa.

Nos vinhos fortificados, como o famoso Vinho do Porto, o álcool é adicionado intencionalmente para interromper a fermentação e preservar parte da doçura natural da uva.

O álcool também influencia diretamente no corpo do vinho e está relacionado às “lágrimas” que vemos escorrendo pelas paredes da taça após girá-la.

No Brasil, a legislação estabelece entre 8,6% e 14% vol. para vinhos tranquilos, mas em outros países podemos encontrar rótulos que variam de 7% a 16% vol.


6) Corpo

O corpo é a sensação de peso e textura que o vinho transmite na boca. Ele pode ser:

  • Leve → vinhos frescos e fáceis de beber, como muitos brancos e rosés.
  • Médio → equilibrados, que se adaptam bem a diferentes ocasiões.
  • Encorpado → intensos, densos, muitas vezes com alto teor alcoólico e taninos marcantes.

O corpo é influenciado por vários fatores: álcool, taninos, açúcar residual, tipo de uva e clima da região de cultivo. Uvas de clima quente, por exemplo, tendem a gerar vinhos mais encorpados.

Outro fator decisivo é o amadurecimento em barris de carvalho: vinhos que passam por barricas novas costumam ganhar mais corpo e complexidade.

Fontes consultadas:

→ Consolidação das Normas de Bebidas, Fermentado Acético, Vinho e Derivados da Uva e do Vinho. Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPA. Acesso em 26 set. 2025.
→ Antocianina. Wikipédia. Acesso em 26 set. 2025.
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