No grupo dos médios encontram-se os vinhos tintos que estão no meio do caminho entre os leves e os encorpados, tornando-se muito versáteis em termos de harmonização.
Vinhos tintos de corpo médio nos presenteiam, na maioria das vezes, com intensos aromas de frutas vermelhas e apresentam no paladar menor carga tânica e acidez média.
As uvas que elaboram estes vinhos – que combinam perfeitamente com pratos de estrutura e sabores moderados -, também originam vinhos mais encorpados, mas tudo depende da região onde as uvas são cultivadas e quais técnicas de vinificação foram empregadas.
Uvas que originam vinhos tintos de corpo médio
Uvas viníferas possuem características naturais distintas, tais como: a espessura das cascas; concentração de açúcar, taninos e acidez; potencial aromático; entre outras.
Muitas destas características orientam o enólogo na obtenção de um determinado estilo de vinho: mais aromático, mais ácido, mais encorpado, e assim por diante.
Destaco aqui algumas das uvas mais conhecidas e apreciadas que, geralmente, originam vinhos tintos de corpo médio:
- Barbera
- Cabernet Franc
- Carménère
- Mencía
- Merlot
- Montepulciano
- Negroamaro
- Sangiovese
- Zinfandel
Lembrando que, além das características das uvas, as técnicas de vinificação utilizadas também contribuem para que o vinho seja mais ou menos encorpado.
Tintos médios e famosos
Já ouviu falar em Chianti, Valpolicella e Côtes du Rhône?
Chianti
Famoso tinto produzido em diferentes áreas da região da Toscana, na Itália, utilizando-se, majoritariamente, a uva Sangiovese. O Chianti Classico, o mais apreciado, é marcado pela presença do Gallo Nero (Galo negro) estampado em sua garrafa.
Valpolicella
Elaborado na região do Vêneto, próximo à cidade de Verona, o Valpolicella é um dos mais conhecidos vinhos italianos. Fácil de beber, de baixo teor alcoólico e produzido com as uvas Corvina, Rondinella e Molinara.
Côtes du Rhône
Côtes du Rhône é a principal denominação de origem do Vale do Rhône, na França. Localizado na parte sul do vale, conhecido como Vale Meridional, a região elabora tintos médios que devem ser bebidos jovens. É uma das regiões francesas mais conhecidas em todo o mundo.
Harmonização
Vinhos tintos de corpo médio tem a vantagem de combinar com, praticamente, os mesmos pratos indicados para os tintos leves e também para os tintos encorpados.
Isso acontece porque os médios geralmente possuem consideráveis níveis de acidez, combinados com sua estrutura e taninos médios.
Carnes vermelhas
Carnes macias e sem muita gordura farão um bom par com vinhos tintos de médio corpo. Cortes como fraldinha, alcatra e acém vão muito bem com Merlot, Barbera e Cabernet Franc.
Carnes brancas
Leve em consideração a estrutura da carne, a forma como foi cozinhada e o peso do molho. Um frango grelhado com arroz branco e batatas encaram bem os tintos de corpo médio.
Queijos
Os semimoles (Edam, Taleggio, Gouda) ficam interessantes com Barbera e Merlot. Já os queijos duros (Emmental, Gruyère, Provolone) combinam bem com Merlot, Sangiovese, os italianos Chianti e os franceses Côtes du Rhône.
Pizzas
Mussarela e Margherita pedem pelos tintos frutados de acidez elevada, que podem ser os leves ou médios. Sangiovese e Chianti italiano são combinações clássicas mais que perfeitas.
Massas
Lasanha à bolonhesa, macarronada ao molho de tomate, nhoque e demais massas com molhos ácidos casam perfeitamente com os tintos de corpo médio.
Comida mexicana / Tex-Mex
Quesadillas e Burritos (de preferência sem pimenta) podem acompanhar bem vinhos das uvas Carménère, Montepulciano e Sangiovese.
Ordem de serviço e temperatura
Quando temos diversos tipos de vinho a serem servidos, é importante oferecê-los sempre na ordem correta de serviço, para que as características do vinho anterior nunca se sobressaia ao próximo.
A sequência mais simples seria:
- Espumantes/Frisantes > Brancos > Rosés> Tintos > Fortificados ou Sobremesa.
Se diferentes estilos de tintos estiverem a disposição, tente a seguinte sequência:
- Leves > Médios > Encorpados.
Além da ordem de serviço, para aproveitar tudo o que os tintos tem a oferecer, é muito importante servi-los na temperatura correta.
De maneira geral, podemos servi-los em temperaturas que variam entre 15 e 18ºC, mas para sermos mais específicos, podemos dividir a temperatura de acordo com os tipos de vinhos tintos:
Tintos leves ou médios jovens | 15 a 16ºC |
Tintos leves ou médios envelhecidos | 16 a 17ºC |
Tintos encorpados e grandes tintos | 17 a 18ºC |
Taças adequadas
É recomendado utilizar taças que tenham o bojo maior que a dos vinhos brancos, por 2 motivos básicos:
- O vinho tinto necessita de mais espaço e superfície para respirar e liberar todos os seus aromas, além de permitir a leve evaporação do álcool.
- O bojo maior também é ideal para girar a bebida dentro da taça.
Desta forma, 2 tipos de taças são recomendadas para servir vinhos tintos: Bordeaux e Borgonha.
A taça Bordeaux, maior e mais estreita, é recomendada para os tintos médios e encorpados, de preferência, os de taninos elevados: Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat, Merlot, entre outras uvas. Sua borda mais fechada evita que os aromas se dispersem.
Já a taça Borgonha, de bojo mais largo, permite maior contato da bebida com o ar, facilitando a liberação dos aromas, principalmente de vinhos mais delicados como: Beaujolais, Pinot Noir, Gamay, entre outros. A taça foi projetada para que a bebida explore bastante o nosso olfato.
Por quanto tempo guardar
A grande maioria dos tintos são feitos para serem consumidos jovens, isto é, entre o 3º e o 5º ano de produção, para que suas características sejam aproveitadas ao máximo. Porém, há exceções à regra.
Grandes tintos de Bordeaux, Brunello di Montalcino, Rioja, entre outros exemplos, podem sobreviver facilmente por 10, 30, 50 ou mais anos.
Tudo depende da concentração, acidez, taninos, a forma como foram vinificados, entre outros fatores.
Se a sua intenção é guardar o vinho por longos anos, antes, verifique se o mesmo suporta esta longa guarda.
Conclusão
O que esperar dos vinhos tintos de corpo médio?
São vinhos geralmente frutados, que devem nos apresentar acidez e taninos moderados, fazendo um bom volume na boca.
No visual, alguns podem ser mais claros e outros mais escuros, porém, devem estar límpidos e sem partículas suspensas.
Vinhos turvos, opacos e com algum componente sólido pode indicar algum defeito na bebida – exceto aqueles que não passam pelo processo de filtragem, trazendo algumas partículas que deverão ser removidas através do processo de decantação da bebida.
A grande maioria dos tintos produzidos no mundo devem ser consumidos dentro do 3º ou 5º ano de produção. Depois deste período, boa parte deles começam a reduzir seus aromas, frescor e acidez, tornando-se vinhos alcoólicos e desinteressantes.
Se a sua intenção é guardar o vinho por longos anos, antes, verifique se o mesmo suporta esta longa guarda.
O que a maioria daqueles que apreciam a bebida espera, é encontrar um vinho harmônico, onde o álcool, acidez e taninos estejam balanceados e que cada gole seja um convite para o próximo.
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