O sabor e estilo de um vinho podem ser determinados por diversos fatores, entre eles a variedade de uva utilizada em sua elaboração.
O Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, por exemplo, é bastante conhecido pelos seus vinhos da uva Merlot, enquanto Mendoza, na Argentina, é famosa pelos seus tintos feitos com a Malbec.
No entanto, alguns dos mais famosos vinhos do mundo, como o Bordeaux, são produzidos com duas ou mais variedades de uvas.
É aqui que começamos a falar sobre os conceitos de vinhos varietais e vinhos de corte.
Os termos estão relacionados ao número de variedades de uvas e suas porcentagens que são utilizadas na produção de determinado vinho.
Continue a leitura para entender mais sobre os vinhos varietais e vinhos de corte e saiba qual deles é o melhor para você.
Vinhos varietais
Os vinhos que são elaborados a partir de uma única variedade de uva ou com grande predominância de uma mesma variedade são denominados vinhos varietais.
Exemplos:
- Um vinho nacional feito com 100% da uva merlot.
- Um vinho argentino feito com 95% da uva malbec e 5% da uva bonarda.
Repare que neste segundo exemplo, a quantidade da uva bonarda é bem inferior à malbec.
Por que o enólogo utiliza uma quantidade tão pequena de outra uva para completar a bebida?
Mesmo sendo um pequeno acréscimo, uma segunda variedade pode fornecer ao vinho maior estrutura, acidez e aromas, atingindo o resultado que o enólogo deseja.
Se a intenção do enólogo é produzir um vinho varietal com duas ou mais uvas, ele deve, antes de mais nada, atentar-se à legislação do seu país ou região.
Alguns países e regiões determinam que seja utilizado um percentual mínimo da uva predominante para rotular um vinho como varietal.
Por exemplo:
- No Brasil, Chile e Nova Zelândia, a legislação determina que um vinho varietal tenha, no mínimo, 75% da uva predominante.
- Na Austrália e África do Sul, a predominância deve ser de 85% no mínimo.
- Em algumas regiões dos Estados Unidos, a predominância deve ser de 90% no mínimo.
Mesmo variando de região para região, a predominância da principal uva sempre estará entre 75% e 90%.
Vinhos varietais ficaram famosos a partir dos anos 60 nos chamados países de novo mundo (Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul, Estados Unidos e nos países sul-americanos).
O objetivo de destacar o nome da uva no rótulo era entrar em concorrência com vinhos das principais regiões vinícolas europeias, que ostentam o nome da região onde o vinho é produzido.
Vinhos de corte, blend ou assemblage
Os vinhos produzidos com duas ou mais uvas são os chamados vinhos de corte, blend ou assemblage.
Exemplos:
- O vinho bordeaux tinto é um corte geralmente feito com as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot, podendo também entrar na mistura as uvas Cabernet Franc, Petit Verdot, Carménère e Malbec.
- Um vinho tinto elaborado com determinada variedade de uva, porém, de safras diferentes, também é considerado um vinho de corte.
Os vinhos de corte são geralmente encontrados na Europa, onde o objetivo dos produtores é conseguir um vinho mais equilibrado e completo, somando as características e qualidades individuais de cada uva.
Desta forma, misturam-se, além de diferentes variedades, uvas de diferentes safras, vinhedos e condições de maturação.
Vinhos varietais ou vinhos de corte, qual escolher?
Como mencionado, o objetivo da criação de um vinho de corte é, através da soma de características e qualidades individuais de cada uva, conseguir um vinho mais equilibrado e completo.
Desta forma, parece correto afirmar que um vinho de corte é superior a um vinho varietal.
Mas.. não é bem assim.
Eu costumo sugerir aos degustadores iniciantes, que comecem sua aventura pelo mundo dos vinhos explorando primeiro os vinhos varietais.
Acredito que uma das primeiras etapas de quem está começando, é conseguir compreender as características individuais das principais variedades de uvas e os estilos de vinho que cada uma delas elaboram.
A partir daí, começar a explorar os vinhos de corte e descobrir os possíveis resultados das misturas de determinadas uvas.
Um outro exercício que traz bastante conhecimento, é comparar um vinho varietal de uma região com outra, e entender como os solos, o clima e as técnicas de vinificação podem interferir no sabor final do vinho.
Existem extraordinários vinhos varietais, assim como de corte.
E uma das coisas mais prazerosas é explorar estes dois mundos e descobrir aquilo que mais lhe agrada.
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Comentários
PARABÉNS! BEM DIDÁTICO E SIMPLES! SEMPRE TIVE ESSA DUVIDA, NA MINHA PEQUENA ADEGA SEMPRE TIVE VINHOS VARIETAIS, MEU PREFERIDO CARMÈNÉRE, MAS ULTIMAMENTE COM UM MAIOR ACESSO À ALGUNS TINTOS EUROPEUS TENHO MUITOS DE CORTE, E REALMENTE HÁ BASTANTE DIFERENÇA DE SABORES ENTRE AS REGIÕES.
Olá, Daniel! Como vai?
Fico feliz por ter contribuído para o seu conhecimento. Realmente, a combinação entre uvas dá um sabor e uma complexidade bem diferente aos vinhos.
Um abraço ????
Muito legal, amei as dicas! Super válidas para mim que estou começando a me aventurar pelo mundo dos vinhos, e como iniciante tenho pouco conhecimento!
Olá, Lana! Como vai?
Fico feliz por ter contribuído para o seu conhecimento.
Um abraço ????
Adorei! Vc coloco de modo simples fácil de entender. Obrigada!
Olá, Paula!
Obrigado pelo comentário. Fico feliz por ter lhe ajudado a entender 🙂
Um abraço!
Maravilha. Prático e informativo.
Olá, José Eduardo! Como vai?
Fico feliz por ter contribuído para o seu aprendizado.
Um abraço ????
Excelente!
Olá, Carlo! Como vai?
Fico feliz por ter contribuído para o seu aprendizado.
Um abraço ????
Parabéns pela postagem!
Olá, Thiago! Como vai?
Fico feliz por ter contribuído para o seu aprendizado.
Um abraço ????